quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Exmo Sr. Mosquito!

Prezado Sr. Mosquito:
Isto era quase o Paraíso
Não tão verde, mas bonito
Mas chegaste tu... sem aviso!

Tu trouxeste-nos a morte,
o pânico, a doença e a tristeza
Cada um entregue à sua sorte
Com medo de virar sobremesa

Cravinho viraste mais que ouro
Diferenças sociais eliminaste
Todos iguais num matadouro
Somos o povo que condenaste

Não sei se vieste do Brasil
Nem isso muito me importa
Só sei que atingiste uns nove mil
Desde que entraste na nossa porta

Não nos pique Sr. Mosquito
Muito amargo é o nosso sangue
Dizemos o dito por não dito
E reinventamos o termo gang

Dependemos muito do turismo
Para o termos a zumbir por aqui
Veja lá se demonstra civismo
E nos faça um favor.... Bri dali!

Sr. Mosquito matador
Sr. Mosquito assassino
Parta... please... por favor...
Não leve o meu menino!

Se já não há nenhum repelente
Em nenhuma das nove ilhas
Nem mesmo em S. Vicente
Como é que te ponho a milhas?

Amanhã saímos todos à rua
Queremos te exterminar, confesso
Se sobreviveres... sorte tua
pois a sorte favorece o perverso

Diz-me o que te dizer
Para que não digas que não te disse
Para te convencer a desaparecer
Deste nosso pequeno Paraíso.

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